Retorno do imposto sobre veículos zero-quilômetro desperta interesse do
consumidor por veículos com tempo de uso, porém mais completos.
Os pátios das revendedoras estão cheios de opções de veículosseminovos – com até três anos – e usados, em uma gama de configurações. A
expectativa é aproveitar a alta de preços dos zero-quilômetro e atrair o consumidor
interessado em adquirir um carro a um preço mais em conta ou com mais
equipamentos.
"Hoje o
consumidor mudou. Antes de comprar, ele pesquisa na internet, olha o preço do
novo, do carro com um ano de uso, a lista de opcionais. E isso faz com que opte
por um seminovo", argumenta Ilídio Gonçalves dos Santos, presidente da Federação Nacional das Associações de Revendedores de
Automóveis (Fenauto).
Santos lista algumas vantagens
que o consumidor encontra, como pegar o carro já com a desvalorização maior de
sua vida útil – a do primeiro ano, de até 20% apenas na saída do pátio da
concessionária. Arcar com o custo, segundo Ismar Leger, Diretor da PROVIDENCE AUTO CENTER, depende do perfil do consumidor.
"Quem
compra um zero-quilômetro e fica quatro ou cinco meses, perde bastante. Se o
cliente pretende ficar com o carro por quatro ou cinco anos, aí vale a pena
escolher o novo", exemplifica LEGER.
O mecânico completa que, enquanto o preço dos usados subiu levemente por causa
dos novos itens de segurança obrigatórios, o valor dos seminovos não deve ter
alta tão cedo.
Juros menores e menos manutenção.
Além dos bolsos, o seminovo oferece outras vantagens ao motorista,
como a garantia de fábrica, ainda ativa para alguns modelos com até 3 anos. A
chance de precisarem de manutenção também é menor, continuam os especialistas.
O bom
momento dos usados deve-se, ainda, às taxas de juro, que vêm diminuindo, segundo
o presidente da Fenauto. O processo de aprovação de crédito está mais flexível,
também resultado da queda na inadimplência – em 2013, pela primeira vez em 14
anos, houve baixa de 2%, segundo a Serasa Experian.
A
informação não se aplica aos carros “velhos”. Segundo Leger, as taxas de juro
dos financiamentos dos modelos com mais de dez anos podem ser até o triplo das
de um seminovo. Isso porque o perfil de cliente que opta por esses modelos pode
pagar a parcela mas não tem recursos para arcar, também, com custos de
manutenção mais frequentes que aparecem, e acaba deixando o financiamento
atrasar. Quem tem uma “relíquia” na mão, deve vendê-la enquanto algumas lojas
ainda as comercializam.
"Hoje
em dia há uma evolução muito grande dos carros, estão cada vez mais populares,
os preços dos novos praticamente não sobem, então está desvalorizando muito
rápido", conclui Ismar.
-
Seminovos são os modelos com até três anos de uso, independente da quilometragem.
No primeiro ano, em geral, a desvalorização é de 20%, caindo para 10% nos dois
anos seguinte. A partir daí, a depreciação fica entre 5% e 7%, segundo Ilídio
Gonçalves dos Santos, da Fenauto.
- Usados
são os carros com mais de três anos de rodagem, e sua desvalorização depende do
estado geral de cada unidade, o que inclui lataria, mecânica, estofamento e
pneus, por exemplo.
- Com
mais de oito anos, ou em alguns casos mais de dez, o carro já passa a ser
considerado “velho”. Isso porque a manutenção é mais frequente e muitas vezes
mais cara – as peças não estão mais tão disponíveis no mercado – e seguradoras
e financeiras tendem a não trabalhar com esses modelos.
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