Você vai ao médico
ver um sintoma e de repente descobre: o que sente é reflexo de outra coisa que
poderia ser grave, caso não tivesse marcado a consulta. A verificação da
geometria e do balanceamento do carro é como fazer uma consulta. Em geral, o
motorista sente o carro “puxar” para um lado ou vai fazer uma curva e ouve os
pneus “cantarem”, e então resolve fazer uma avaliação. Mas saiba que o correto
é não esperar que tais sintomas apareçam. A primeira revisão de balanceamento
do veículo deve ser feita aos 10 mil quilômetros rodados, e sempre que este
número for atingido, a recomendação é realizar novamente um exame preventivo.
Ou seja, a cada 10 mil quilômetros rodados, o carro deve ser levado a um
especialista em atendimento automotivo ou na concessionária.
É o que o líder de Serviços da Providence Auto Center, Ismar Leger, tenta ensinar aos proprietários de veículos que chegam na oficina em busca de
socorro, já apresentando problemas mais sérios de “saúde” mecânica, tais como
pneus carecas, mal calibrados, “cambaleando” ou “pulando” – a calibragem e o
estado dos pneus são fundamentais para o equilíbrio do veículo. “Acontece que
alguns motoristas não têm o costume de fazer a revisão ou nem sabem que devem
fazê-la”, observa o especialista..Ismar Leger.
Fazer do
rodízio de pneus uma rotina é outra dica importante para auxiliar no equilíbrio
do desgaste do produto, o que evita sintomas posteriores de perda da
estabilidade. Fatores como oscilação estática (pneus "pulando") ou
dinâmica (pneus "cambaleando") podem se dar por consertos malfeitos,
porque o aro está torto ou ainda por uso de câmara de ar em pneu radial, todos
estes equívocos muito comuns.
Um exemplo de situação que abre
oportunidade para serviços insatisfatórios pode acontecer quando se fura um
pneu na estrada. “A pessoa troca o pneu pelo estepe, que está em condições
diferentes do conjunto, ou coloca um produto vendido pela primeira oficina que
ele encontra, e se esquece de depois fazer um exame deste pneu”, conta o
especialista. Sempre que o pneu for separado do aro, é preciso conferir o
alinhamento novamente, "porque detalhes como este podem interferir no
balanceamento”., diz Ismar.
Outro
comportamento comum em motoristas é a busca por serviços e produtos, como
pneus, mais econômicos que se revelam um engodo. É então que um pneu remendado
ou em mau estado de conservação, porém com aparência “saudável”, é comprado no
lugar de um em boas condições ou novo. “Sai mais em conta, mas é perigoso e a
pessoa, além disso, vai ser obrigada a buscar por um serviço de mais qualidade
logo depois, porque esse pneu não vai durar”, avisa o técnico – e o barato
no final sai pelo dobro do preço, porque o motorista é obrigado a fazer o
reparo com um especialista.
Não há porquê
passar por isso. O motorista pode fazer a avaliação gratuitamente, por exemplo,
na Providence Auto Centerl; caso o motorista resolva fazer a a execução do serviço completo,
o custo é baixo . O conjunto de procedimentos inclui
a correção de ângulos, alinhamento de direção e calibragem, além do
balanceamento e exame dos pneus, do sistema de suspensão, tudo com garantia de
seis meses. O serviço é realizado por técnicos treinados e os equipamentos são
aferidos semanalmente. Algumas concessionárias também oferecem avaliação
gratuita. É importante ter em mente que, além da segurança, há vantagens em ter
um sistema de rodagem equilibrado: ele proporciona mais quilometragem aos pneus
e ajuda a economizar combustível.
Balanceamento
O balanceamento é
responsável pelo equilíbrio de todo o sistema rodas/pneus, e é realizado por
dois equipamentos que atuam nos sentidos vertical e horizontal, por meio da
aplicação de pequenos contrapesos na roda. Verifica-se nesta fase também o
sistema de suspensão, o qual pode acusar problemas que são erroneamente
atribuídos ao sistema de rodagem, pois provocam desgaste de pneus. Segundo o
técnico , há ainda “sintomas” cuja origem pode estar ligada ao
mau funcionamento de outros sistemas: “Às vezes, há um problema no sistema de
transmissão, por exemplo, que interfere no balanceamento, e aparece como uma
vibração”.
Alinhamento
Conhecido
popularmente como “geometria”, o alinhamento é o ajuste da posição das rodas na
suspensão. O alinhamento correto evita que o veículo “puxe” a direção para um
dos lados, previne o desgaste irregular ou prematuro dos pneus e oferece mais
conforto, segurança e estabilidade ao dirigir. Pode ser realizado por
equipamentos de três tipos: a laser, computadorizado ou 3D.
Laser – É o mais comum. O técnico é quem faz a avaliação a partir da
medição e leitura realizadas por meio de um facho de raio laser que
sai do projetor; esse laser é
refletido em um sistema de régua e espelho e retorna ao projetor.
Equipamentos parecidos
com “aranhas”, similares a um prendedor de molas, são apoiados nos pneus e
possibilitam a leitura dos ângulos de alinhamento. Os projetores direcionam o laser para pontos de medição em um painel.
Computadorizado – A medição é automatizada, nos pneus e
possibilitam a leitura dos ângulos de alinhamento. Os projetores direcionam o laser para pontos de medição em um painel.
Computadorizado – A medição é automatizada, dependendo, assim,
mais do próprio equipamento, que é responsável por 80% de todo o processo. Pode
não ser tão exata quanto a medição a laser porque algum defeito em quaisquer
partes do equipamento deforma a medição. Além disso, falhas no sistema podem
ser acusadas somente após uma aferição de rotina, e não no momento da leitura.
3D – É mais
ágil que os sistemas anteriores, mas sua rapidez não quer dizer que ele seja
mais eficiente. Sua vantagem, por assim dizer, é fazer uma leitura mais
específica de determinados ângulos.
A medição
é dividida em três fases, independente do tipo de equipamento (laser,
computadorizado e 3D):
1)
Cambagem: Medição do ângulo de câmber, isto é, calcula a inclinação da parte
superior da roda. A inclinação pode ser negativa (voltada para dentro) ou
positiva (voltada para fora). Semelhante aos problemas ortopédicos, uma
cambagem muito positiva desgasta a parte interna dos pneus; se for muito
positiva, desgasta a parte externa.
2)
Cáster: Mede o ângulo de inclinação da circunferência do conjunto de
rodas/pneus. O ângulo de inclinação pode ser para trás (negativo) ou para
frente (positivo) do pino-mestre ou do suporte do eixo dianteiro em relação a
um plano vertical. Um cáster desigual faz com que o carro “puxe” para um dos
lados, o que provoca o desgaste irregular de pneus.
3)
Convergência e divergência: Medição dos ângulos de abertura e direcionamento
das extremidades das rodas, que podem virar mais para dentro (convergente) ou
para fora (divergente). Na convergência demasiada, as rodas “fecham” mais na
extremidade dianteira do que na traseira; na divergência, as rodas “fecham”
mais para a extremidade traseira. Em ambos os casos, há um desgaste irregular
de pneus em forma de “serra”, o que provoca ruídos nas curvas.
Atenção!
o alinhamento deve ser feito sempre:
- a cada troca de pneus;
- quando os pneus apresentarem desgaste irregular;
- se o veículo estiver “puxando” para um dos lados;
- a cada 10 mil quilômetros rodados: aproveite e faça o rodízio de pneus e o
balanceamento.