Programa
Brasileiro de Etiquetagem: avaliação do Inmetro é como jogo de simulação
Para garantir que todos os carros serão medidos exatamente na mesma
situação, instituto usa software especial e pilotos treinados para testar uso
na cidade e na estrada
O consumo de combustível é uma das principais
preocupações do consumidor na hora de escolher um carro. Economia significa
menos peso no bolso, além de menor emissão de gases no meio ambiente. É por
isso que o Instituto Nacional de Metrologia,
Qualidade e Tecnologia
O Inmetro estendeu o Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE) aos veículos: desde 2009, os adesivos coloridos com classificações de A a E – já conhecidos do consumidor em geladeiras e aparelhos de ar-condicionado – estão também nos carros vendidos no país.
A metodologia brasileira é baseada em duas normas técnicas (NBR 7024 e 10-312), que determinam padrões semelhantes aos usados internacionalmente, segundo o pesquisador tecnologista do Inmetro Fabio Real.
Pelas regras, os testes são feitos a partir de simulações, semelhantes a jogos de computador, baseadas na chamada força resistiva.
"Colocamos o carro a uma velocidade pré-determinada e deixamos que desacelere", simplifica o engenheiro mecânico.
O princípio que rege a medida é simples: um objeto mais pesado precisa de mais força para ser colocado em movimento, o que, em termos de veículos, significa mais queima de combustível para acelerar. Por outro lado, quanto mais pesado, mais força é necessário para pará-lo – na estrada, isso resulta em melhor desempenho, pois o mais leve tende a ser desacelerado pela força do vento.
Como é feita a simulação
1. Dinamômetro
Aparelho põe as rodas que entregam tração em cima de rolos (1), para simular a carga da situação – por exemplo, mais dificuldade na subida de uma ladeira, quando o motor exige força. O outro eixo fica travado
1. Dinamômetro
Aparelho põe as rodas que entregam tração em cima de rolos (1), para simular a carga da situação – por exemplo, mais dificuldade na subida de uma ladeira, quando o motor exige força. O outro eixo fica travado
2. Escapamento
Um tubo na saída do escapamento (2) coleta os gases emitidos, fruto da combustão no motor. Em termos simples, a conta diminui o que foi coletado (ou seja, consumido) do que foi colocado no tanque, resultando no consumo real do motor. Segundo Real, nenhum propulsor tem aproveitamento de 100%, por isso a eficiência é baseada no percentual de gasolina/etanol efetivamente convertido em força para o carro andar. Há três ciclos de simulação na cidade e um em estrada, a altas velocidades.
3. Piloto
Um piloto treinado fica atrás do volante (travado), acelerando e passando a marcha conforme indica o monitor (3). O software determina limites de velocidade – com pequena margem de tolerância, para evitar erro humano – e troca de marchas. As situações simuladas (na cidade) são subida, descida, arrancada no semáforo, trânsito congestionado e partidas a quente e a frio.
Nas ruas, gasto cresce
Os números do Inmetro às vezes não coincidem com o que o motorista observa no uso diário do veículo. Segundo Real, um dos principais fatores que pesa é o jeito de dirigir (veja abaixo).
Além disso, o tipo de combustível usado nos testes de laboratório é mais eficiente, com percentual de mistura exatamente como deveria ser na bomba – mas, em muitos postos, acaba não sendo.
"Se o consumidor usa etanol com 10% de água em vez de 5%, o rendimento é menor, porque a água não queima" explica.
Real destaca que os números do PBE veicular já são corrigidos considerando as condições reais (fora do laboratório). O motorista pode observar, ainda, variação de 8%, para mais ou para menos, em relação ao divulgado. Além dessa margem, o pesquisador alerta que pode haver problema mecânico ou agressividade na condução.
Pesa também fato de que a tabela mostra um valor médio, que vai variar de acordo com a cidade. Onde há mais ladeiras ou congestionamentos, o consumo cresce.
Os números do Inmetro às vezes não coincidem com o que o motorista observa no uso diário do veículo. Segundo Real, um dos principais fatores que pesa é o jeito de dirigir (veja abaixo).
Além disso, o tipo de combustível usado nos testes de laboratório é mais eficiente, com percentual de mistura exatamente como deveria ser na bomba – mas, em muitos postos, acaba não sendo.
"Se o consumidor usa etanol com 10% de água em vez de 5%, o rendimento é menor, porque a água não queima" explica.
Real destaca que os números do PBE veicular já são corrigidos considerando as condições reais (fora do laboratório). O motorista pode observar, ainda, variação de 8%, para mais ou para menos, em relação ao divulgado. Além dessa margem, o pesquisador alerta que pode haver problema mecânico ou agressividade na condução.
Pesa também fato de que a tabela mostra um valor médio, que vai variar de acordo com a cidade. Onde há mais ladeiras ou congestionamentos, o consumo cresce.
Clique aqui e acesse o sistema de
consulta de consumo do PBE Veicular, com 531 carros de 36 marcas.
Jeito de dirigir aumenta consumo
A maneira de condução é um dos principais fatores que interferem no rendimento do motor. Mudanças de hábito podem desacelerar o consumo – e frear o rombo no bolso do motorista.
Jeito de dirigir aumenta consumo
A maneira de condução é um dos principais fatores que interferem no rendimento do motor. Mudanças de hábito podem desacelerar o consumo – e frear o rombo no bolso do motorista.
Aceleração e câmbio
- Acelerar além do necessário faz o motor consumir mais
Manual do proprietário recomenda melhor momento para a troca de marchas.
- “Esticar” as marchas interfere diretamente no consumo, uma vez que rotações mais baixas são indicadas a momentos em que o veículo precisa de mais força.
- Pisar com tudo no acelerador faz o módulo eletrônico dos automáticos entender que o carro precisa de potência, então o componente faz uma mistura mais rica – ou seja, coloca mais combustível.
- Carros com transmissão mecânica que possuem o módulo eletrônico têm o mesmo comportamento.
- Acelerar além do necessário faz o motor consumir mais
Manual do proprietário recomenda melhor momento para a troca de marchas.
- “Esticar” as marchas interfere diretamente no consumo, uma vez que rotações mais baixas são indicadas a momentos em que o veículo precisa de mais força.
- Pisar com tudo no acelerador faz o módulo eletrônico dos automáticos entender que o carro precisa de potência, então o componente faz uma mistura mais rica – ou seja, coloca mais combustível.
- Carros com transmissão mecânica que possuem o módulo eletrônico têm o mesmo comportamento.
Combustível
Gasolina e etanol adulterados prejudicam a eficiência do motor.
Se o combustível mais barato fizer o carro render menos, o motorista deve trocar o posto.
“Engasgamentos” frequentes são sinais de combustível adulterado.
Outro sinal é a luz da injeção, quando começa a acender com muita frequência.
O combustível aditivado deve ser alternado com o comum, na proporção de um tanque de premium para dois. O detergente da opção aditivada ajuda a limpar o circuito onde passa o combustível, mas o excesso de limpeza pode expor os componentes às intempéries.
Gasolina e etanol adulterados prejudicam a eficiência do motor.
Se o combustível mais barato fizer o carro render menos, o motorista deve trocar o posto.
“Engasgamentos” frequentes são sinais de combustível adulterado.
Outro sinal é a luz da injeção, quando começa a acender com muita frequência.
O combustível aditivado deve ser alternado com o comum, na proporção de um tanque de premium para dois. O detergente da opção aditivada ajuda a limpar o circuito onde passa o combustível, mas o excesso de limpeza pode expor os componentes às intempéries.
Rodas e pneus
- Pneus maiores e mais largos aumentam área de atrito com o pavimento, o que eleva o consumo.
- A calibragem dos pneus, quando abaixo da indicada, também gera mais área de contato.
Novos rendem menos
Veículos zero-quilômetro não chegam ao padrão normal de consumo, pois é preciso, antes, amaciar os componentes mecânicos.
A eficiência máxima no consumo começa, em geral, entre três e
10 mil quilômetros rodados.
Para testar
App da Petrobras indica consumo e custo médio, com etanol ou gasolina, de acordo com o carro e o estilo do motorista. Busque por "Etiquetagem Veicular" ou acesse os links:
- Android – bit.ly/androidpbe
- iOS – bit.ly/iospbe
App da Petrobras indica consumo e custo médio, com etanol ou gasolina, de acordo com o carro e o estilo do motorista. Busque por "Etiquetagem Veicular" ou acesse os links:
- Android – bit.ly/androidpbe
- iOS – bit.ly/iospbe
Nenhum comentário:
Postar um comentário