quinta-feira, 8 de maio de 2014

Programa Brasileiro de Etiquetagem: avaliação do Inmetro é como jogo de simulação

Programa Brasileiro de Etiquetagem: avaliação do Inmetro é como jogo de simulação

Para garantir que todos os carros serão medidos exatamente na mesma situação, instituto usa software especial e pilotos treinados para testar uso na cidade e na estrada

consumo de combustível é uma das principais preocupações do consumidor na hora de escolher um carro. Economia significa menos peso no bolso, além de menor emissão de gases no meio ambiente. É por isso que o Instituto Nacional de Metrologia, 

Qualidade e Tecnologia 
O Inmetro estendeu o Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE) aos veículos: desde 2009, os adesivos coloridos com classificações de A a E – já conhecidos do consumidor em geladeiras e aparelhos de ar-condicionado – estão também nos carros vendidos no país.

A metodologia brasileira é baseada em duas normas técnicas (NBR 7024 e 10-312), que determinam padrões semelhantes aos usados internacionalmente, segundo o pesquisador tecnologista do Inmetro Fabio Real.

Pelas regras, os testes são feitos a partir de simulações, semelhantes a jogos de computador, baseadas na chamada força resistiva.

"Colocamos o carro a uma velocidade pré-determinada e deixamos que desacelere", simplifica o engenheiro mecânico.

O princípio que rege a medida é simples: um objeto mais pesado precisa de mais força para ser colocado em movimento, o que, em termos de veículos, significa mais queima de combustível para acelerar. Por outro lado, quanto mais pesado, mais força é necessário para pará-lo – na estrada, isso resulta em melhor desempenho, pois o mais leve tende a ser desacelerado pela força do vento.

Como é feita a simulação

1. Dinamômetro
Aparelho põe as rodas que entregam tração em cima de rolos (1), para simular a carga da situação – por exemplo, mais dificuldade na subida de uma ladeira, quando o motor exige força. O outro eixo fica travado


2. Escapamento
Um tubo na saída do escapamento (2) coleta os gases emitidos, fruto da combustão no motor. Em termos simples, a conta diminui o que foi coletado (ou seja, consumido) do que foi colocado no tanque, resultando no consumo real do motor. Segundo Real, nenhum propulsor tem aproveitamento de 100%, por isso a eficiência é baseada no percentual de gasolina/etanol efetivamente convertido em força para o carro andar. Há três ciclos de simulação na cidade e um em estrada, a altas velocidades.


3. Piloto
Um piloto treinado fica atrás do volante (travado), acelerando e passando a marcha conforme indica o monitor (3). O software determina limites de velocidade – com pequena margem de tolerância, para evitar erro humano – e troca de marchas. As situações simuladas (na cidade) são subida, descida, arrancada no semáforo, trânsito congestionado e partidas a quente e a frio.

Nas ruas, gasto cresce

Os números do Inmetro às vezes não coincidem com o que o motorista observa no uso diário do veículo. Segundo Real, um dos principais fatores que pesa é o jeito de dirigir (veja abaixo).

Além disso, o tipo de combustível usado nos testes de laboratório é mais eficiente, com percentual de mistura exatamente como deveria ser na bomba – mas, em muitos postos, acaba não sendo.

"Se o consumidor usa etanol com 10% de água em vez de 5%, o rendimento é menor, porque a água não queima" explica.

Real destaca que os números do PBE veicular já são corrigidos considerando as condições reais (fora do laboratório). O motorista pode observar, ainda, variação de 8%, para mais ou para menos, em relação ao divulgado. Além dessa margem, o pesquisador alerta que pode haver problema mecânico ou agressividade na condução.
Pesa também fato de que a tabela mostra um valor médio, que vai variar de acordo com a cidade. Onde há mais ladeiras ou congestionamentos, o consumo cresce.
Clique aqui e acesse o sistema de consulta de consumo do PBE Veicular, com 531 carros de 36 marcas.

Jeito de dirigir aumenta consumo
A maneira de condução é um dos principais fatores que interferem no rendimento do motor. Mudanças de hábito podem desacelerar o consumo – e frear o rombo no bolso do motorista.

Aceleração e câmbio

- Acelerar além do necessário faz o motor consumir mais
Manual do proprietário recomenda melhor momento para a troca de marchas.

- “Esticar” as marchas interfere diretamente no consumo, uma vez que rotações mais baixas são indicadas a momentos em que o veículo precisa de mais força.

- Pisar com tudo no acelerador faz o módulo eletrônico dos automáticos entender que o carro precisa de potência, então o componente faz uma mistura mais rica – ou seja, coloca mais combustível.

- Carros com transmissão mecânica que possuem o módulo eletrônico têm o mesmo comportamento.

Combustível
Gasolina e etanol adulterados prejudicam a eficiência do motor.
Se o combustível mais barato fizer o carro render menos, o motorista deve trocar o posto.

“Engasgamentos” frequentes são sinais de combustível adulterado.

Outro sinal é a luz da injeção, quando começa a acender com muita frequência.
O combustível aditivado deve ser alternado com o comum, na proporção de um tanque de premium para dois. O detergente da opção aditivada ajuda a limpar o circuito onde passa o combustível, mas o excesso de limpeza pode expor os componentes às intempéries.

Rodas e pneus

- Pneus maiores e mais largos aumentam área de atrito com o pavimento, o que eleva o consumo.
- A calibragem dos pneus, quando abaixo da indicada, também gera mais área de contato.


Novos rendem menos

Veículos zero-quilômetro não chegam ao padrão normal de consumo, pois é preciso, antes, amaciar os componentes mecânicos.
A eficiência máxima no consumo começa, em geral, entre três e
10 mil quilômetros rodados.

Para testar
App da Petrobras indica consumo e custo médio, com etanol ou gasolina, de acordo com o carro e o estilo do motorista. Busque por "Etiquetagem Veicular" ou acesse os links:

- Android – bit.ly/androidpbe
- iOS – bit.ly/iospbe


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